segunda-feira, 28 de maio de 2012

Deus Teve a Intenção de Matar Moisés?



Publicado em: 28/5/2012
Por: Jânio Santos de Oliveira


Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara -


 Duque de Caxias - RJ



http://oprofjanioresponde.blogspot.com.br/






“E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou, e o quis matar”. Êxodo 4.24


Este é um dos textos mais difíceis da Bíblia, em função do hebraico bastante difícil e da concisão do texto. 


De qualquer modo, muito provavelmente Moisés se absteve de exercer seu papel, o de pai, a quem cabia a circuncisão do filho. Ao não fazê-lo, ele sobrecarregou a esposa, que teve que pegar uma faca e fazer a necessária cirurgia. 


A omissão de Moisés fez dele um sanguinário, no sentido que obrigou sua esposa a ser sanguinária (a derramar sangue, tarefa exclusivamente masculina). 


A ameaça de Deus sobre Moisés visava despertar o jovem líder para sua tarefa em casa. A vida em família não pode ficar em segundo plano, nem mesmo em nome de Deus, que não quer este tipo de sacrifício. 


Como o serviço (excessivo) de Moisés era para Deus, Deus então deu um ultimato, como se dissesse: eu quero obediência, não sacrifício. Moisés entendeu. Se não entendesse, morreria o que configura mais uma faceta da ira de Deus.


A rigidez da disciplina divina parece ser excessiva neste caso, todavia, como ocorre na seqüência de Gênesis 17.9-14, vemos, bem enfatizada, a ordenança de Deus que todo o macho (homem), que estivesse envolvido com sua aliança deveria ser circuncidado.  
O versículo 14, mais especificamente, prescreve morte para aqueles que não se submetessem a este rito, tanto os judeus quanto os seus escravos.



 Neste caso, a omissão de Moisés em circuncidar o seu primogênito, Gérson, teria atraído a ira divina pela desobediência. Infere-se, a partir do contexto, que Moisés teria sido tomado por uma enfermidade (“e o quis matar”), e, antes que a doença lhe tirasse a vida, o próprio Moisés determinou a Zípora, sua esposa, que efetuasse o rito (v. 25,26), granjeando dela o protesto que se lê no texto. 


O chamado de Deus na vida de Moisés foi muito importante. Mas somente “chamar” não garante o sucesso, é necessário obedecer. Alguns ainda insistem em fazer a obra de Deus sem assumir um compromisso pessoal com Ele.


 Essa falta desqualifica o enviado.  
Também, encontramos outras ocasiões em que Deus foi “duro” com Moisés. Mas o episódio do capítulo 4 de Êxodo é surpreendente. 


Se considerarmos o texto, verificaremos que a ênfase não é tanto em Moisés, mas em sua esposa, Zípora. Vejamos: “E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o SENHOR o encontrou, e o quis matar. Então, Zípora tomou uma pedra aguda, e circuncidou o prepúcio de seu filho, lançou-o a seus pés e disse: Certamente me és um esposo sanguinário. E desviou-se dele. Então ela disse...” (Veja Êx 4.21-26).  



Não obstante não ter sido ainda regulamentada pela lei, que estava por vir, Moisés conhecia claramente a importância da circuncisão. 


Contudo, a ênfase em sua esposa Zípora indica que ela talvez não estivesse concordando com a circuncisão. O versículo 26 enfatiza a rejeição de Zípora. 

Ao que tudo indica, Moisés estava sendo impedido por sua esposa de obedecer a esse preceito da tradição. 


Tendo esses pontos em mente, podemos concluir que o Senhor realmente chamou e enviou Moisés, contudo, sua esposa relutava em aceitar o costume da circuncisão. Sua rejeição, talvez, fosse por considerar a circuncisão como algo desnecessário ou impraticável. 



Somente quando o Senhor insistiu na obediência de Moisés, colocando-o sob pressão, que sua mulher cedeu e permitiu a circuncisão. Encontramos, também, em algumas passagens das Escrituras, Deus pressionando outras pessoas para que pudessem entender determinadas situações. Tomemos cuidado, pois muitas coisas que consideramos sem importância podem ser fundamentais. 



Embora não tenhamos hoje o costume da circuncisão, conhecemos, porém, suas implicações escriturísticas. A circuncisão, entre outros fatores, servia para identificar a nação santa, escolhida para trazer ao mundo o descendente que demonstraria todas as credenciais de sua unção. Estamos falando do Messias. Além disso, a Bíblia nos admoesta a circuncidar o prepúcio do nosso coração. 




Apesar de cada uma das escolas de educação teológica firmar um ponto de interpretação divergente sobre este assunto, existe também a possibilidade de Moises ter sido obrigado a circuncidar o seu filho Gérson derramando o seu sangue para ele mesmo não ser morto pelo Senhor.  



Se você verificar o contexto de todo o capítulo quatro do Livro de Êxodo Moisés relutara com Deus afim de não retornar ao Egito, o que acarretaria na sua morte em função da sua omissão; para não morrer então ele decide derramar o sangue inocente de seu filho numa clara alusão tipológica do Sangue de Jesus (Hb 10.22).


 Verifique que após este episódio, a sua esposa se desentende com ele e o abandona e ele passa a obedecer ao chamado divino de forma incondicional 


Que Deus nos ajude a esclarecer melhor este assunto à luz da eternidade quando estaremos para sempre na presença de Jesus, amém!

Os que pregam o Evangelho por contenda




Publicado em: 28/5/2012


Por: Jânio Santos de Oliveira


Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara



- Duque de Caxias - RJ



http://oprofjanioresponde.blogspot.com.br/
Biblia para Referência



 



Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor! 


Veja comigo o que foi publicado na Revista Veja recentemente: 



“O diabo entra na briga entre Edir Macedo e Valdemiro”
Pastores recorrem até ao inferno para vencer guerra por fiéis no mercado da fé. Igreja Universal, de Macedo, perde fiéis e receita para a Mundial, de Valdemiro
Leonardo Coutinho 
Edir Macedo para fiel supostamente possuída pelo demônio: “É você que tem tirado os pastores da Universal?”

Fiel: “Eu me sinto bem no meu trono (na Igreja Mundial). Eu curo todo mundo.”
Edir Macedo: “Quer dizer, demônio, que  você faz a festa lá no Valdemiro?” 
Os hoje arquiinimigos Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, e Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, convocaram o demônio para ajudá-los na batalha que travam pela alma e generosidade dos fiéis. 

 Recentemente, em seu programa de TV, Macedo “interrogou” o diabo, que, supostamente encarnado em uma devota, “confessou” ter se instalado na igreja rival e ser o responsável pelas propaladas curas operadas por Valdemiro. 

As entrevistas com o demônio para difamar a concorrência passaram a ser recorrentes na programação da Rede Record. O chefe da Mundial, por sua vez, rebateu as acusações com outras de igual fineza: em seu programa no Canal 21, ele afirmou que o “câncer” de Macedo é obra do demônio.

 Na tréplica, Macedo levou sua médica à TV para atestar que não sofre da doença e ainda exibiu no programa Domingo Espetacular, da Rede Record, uma reportagem sobre a compra, por Valdemiro, de três fazendas avaliadas em 50 milhões de reais.
O acirramento da guerra dos pastores se dá num momento em que a Universal, de Macedo, perde fiéis e receita aos borbotões para a Mundial, de Valdemiro.

 Estima-se que, em catorze anos, o segundo tenha conquistado mais de 20% de seguidores do primeiro. 
Durante muito tempo, Valdemiro foi membro da cúpula da Universal. Preterido por Macedo na indicação para um posto de maior visibilidade na organização, ele rompeu com o chefe e fundou a sua própria igreja.


Habilidoso, deu um passo atrás e resgatou o modelo primitivo que deu origem ao fenômeno da Universal: a luta contra Lúcifer e a promessa de curas e milagres de toda ordem — pilares que Macedo mais tarde substituiu pela “teologia da prosperidade”. 


Ao adotar essa estratégia, Valdemiro passou a atender um nicho de fiéis que Macedo havia negligenciado com o amadurecimento do seu negócio, o público de menor poder aquisitivo e alta credulidade. Seus seguidores passam horas de pé em filas para poder tocar o seu corpo ou recolher um pouco de seu suor em toalhas ou pedaços de pano que são distribuídos na igreja. Valdemiro fomenta a crença de que sua transpiração tem o condão de realizar milagres.


Com os cofres recheados, Valdemiro passou a assediar os membros da Universal. Oferecendo salários e comissões mais altos que os pagos por Edir Macedo, ele atraiu prepostos do rival na Argentina, Inglaterra e em países africanos.

  
Para profissionalizar seus negócios, canibalizou executivos da Record e do Banco Renner, controlado pela Igreja Universal. A riqueza que Valdemiro Santiago ostenta Macedo contabiliza como prejuízo. 


O estrangulamento de suas contas pela concorrência chegou a afetar as operações da Record e a atrasar salários na TV, como ocorreu no ano passado. O quadro de deterioração das finanças de Macedo se tornou ainda mais calamitoso com a penhora pela Justiça da sede da emissora no Rio de Janeiro para garantia do pagamento de dívidas da Universal do Reino de Deus. 


A má fase não terminou aí. Em setembro, o Ministério Público denunciou Edir Macedo pelos crimes de estelionato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Os procuradores o acusam de lavar no exterior o dízimo recebido pelos fiéis para depois despejá-lo nas contas da Record.


 Ao lançar suspeitas sobre a forma como Valdemiro adquiriu suas fazendas, Macedo quer mostrar que o ex-discípulo também dá suas trombadas com a lei. Valdemiro já esteve enroscado em outras diabruras. Em 2003, o chefão da Mundial foi condenado a pagar cestas básicas por porte ilegal de armas. 


Ele foi flagrado em uma blitz com uma escopeta, duas carabinas e munição. Em 2010, três de seus pastores foram presos em Mato Grosso do Sul transportando sete fuzis M-15. Em depoimento à polícia, o motorista afirmou que o destino das armas era a cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. 


A crise desencadeada pela Mundial do Poder de Deus obrigou Macedo a redesenhar a administração de seu negócio. Uma das providências foi baixar as exigências para a abertura de novos templos. Antes, para abrir uma franquia, o pastor tinha de comprovar um potencial de arrecadação mínimo de 150 000 reais mensais, a ser atingido em seis meses. Agora, esse piso caiu para 50 000 reais. 

A comissão a que cada pastor tinha direito sobre o total arrecadado além da meta era originalmente de 10%. Macedo agora a dobrou.
 O que ele não abre mão é da eficiência. Os pastores que não cumprem as metas dentro do prazo contratado são transferidos ou perdem o comando da franquia. Essa mudança, que aponta para uma capilarização da Universal, faz parte da estratégia de Macedo de substituir o modelo de construção de megatemplos pela pulverização de igrejas menores no país, de manutenção mais barata e mais próximas da casa dos fiéis.

  
Com isso, ele espera baixar os seus custos de operação e evitar que outras ovelhas se desgarrem. Pastores e assessores próximos dos dois líderes afirmam que estes são apenas os primeiros movimentos de uma guerra sem previsão de fim.


 “Tô falando para a igreja da fogueirinha, da Record, que fica me perseguindo falando um monte de abobrinha. To falando daqueles doentes desenganados que o demônio está comendo o pâncreas e o fígado deles e não tomam juízo.”
Valdemiro Santiago, referindo-se a Edir Macedo, que levou sua médica à TV para afirmar que ele não tem câncer
Esta é a íntegra da matéria publicada na Revista Veja.


Agora nos vamos nos voltar para a Palavra de Deus e verificar o que ela nos afirma sobre pregar o evangelho por contenda: 


Está escrito: "Verdade é que alguns pregam a Cristo também por inveja e contenda, mas outros o fazem de boa mente; estes por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho; mas aqueles por contenda anunciam a Cristo, não sinceramente, julgando suscitar aflição às minhas prisões.


 Mas que importa? contanto que, de toda maneira, ou por pretexto ou de verdade, Cristo seja anunciado, nisto me regozijo..." (Fp 1:15-18).


Paulo, quando escreveu estas palavras aos santos de Filipos, estava na prisão, em prisões por Cristo, e a maior parte dos irmãos, encorajados pelas suas prisões, se tinham posto a anunciar sem temor a Palavra de Deus; havia aqueles que o faziam sinceramente, de boa mente, porque o amor de Cristo os obrigava, mas havia também os que anunciavam a Palavra de Deus por contenda, não sinceramente, julgando que assim fazendo suscitariam aflição a Paulo.


 Certo, se alguém considerar que com a sua conduta, aqueles que pregavam a Cristo por inveja e contenda, pensavam afligir e entristecer Paulo que estava preso e que estava padecendo injustamente aflições, tem de concluir que estes não eram de modo nenhum empurrados pelo amor de Cristo a evangelizar, mas sim por motivos impuros.


De qualquer forma, eles não conseguiram o seu intento, porque Paulo da prisão fez saber que ele se regozijava porque Cristo era anunciado; mesmo se não sinceramente, Cristo era anunciado e isto fazia regozijar o apóstolo.


Também hoje, devemos reconhecê-lo, há alguns que pregam a Cristo por inveja e contenda; eles não o pregam porque o amor de Cristo os obriga a fazê-lo, mas porque movidos de inveja pelos que o fazem sinceramente, e também porque são contenciosos, amantes das contendas. 


Ora, alguém dirá: ‘Mas então Cristo pode ser pregado também por motivos impuros?’ Sim, assim mesmo, e isso o vemos. Se vós considerardes estas expressões de Paulo; "por inveja e contenda" (Fp 1:15), "por contenda" (Fp 1:17), "não sinceramente" (Fp 1:17), "por pretexto" (Fp 1:18), percebereis como o Evangelho é também proclamado por pessoas que têm amarga inveja no seu coração, as quais usam a Palavra de Deus como pretexto para alcançarem os seus fins desonestos.


 Hoje, a exortação a crer no Senhor Jesus feita por alguns pregadores procede de motivos impuros e é feita com falsidade, mas apesar disso, é necessário dizer que também por meio da sua pregação há pessoas que (crendo em Cristo que eles pregam por inveja) são salvas e obtêm a remissão dos seus pecados.


 Recordai-vos que "a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo" (Rm 10:17); aquele que ouve a Palavra de Deus, se crê nela, é salvo pelo Senhor, e isso mesmo se a Palavra de Deus é pregada por invejosos e por contenciosos, porque a sua eficácia não muda. 


O pecador que ouve estes invejosos falar de Cristo, é convencido pelo Espírito Santo do pecado, e debaixo deste convencimento invoca o Senhor para que o salve, e o Senhor na sua fidelidade e bondade o salva dos seus pecados, porque está escrito: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Rom. 10 :13; Joel 2:32); o ouvinte não sabe que esse determinado pregador prega a Cristo por inveja ou por rivalidade; isto, ele, não o imagina sequer, está encoberto aos seus olhos, e assim, pela graça de Deus, é salvo mediante o Evangelho. 


Talvez em seguida descubra o espírito faccioso que animava quem lhe anunciou Cristo, mas esta descoberta não o desviará de seguir o Senhor, porque está consciente de ter encontrado um tesouro de imenso valor; a ele o fato de Deus para fazer-lhe encontrar este tesouro se ter usado de um homem que prega a Cristo por inveja lhe faz perceber como Deus converte o mal em bem. 


Surpreende-vos o que vos estou dizendo? Mas ainda não vistes as coisas que aqui acima vos disse? Basta olhar um pouco ao redor do povo de Deus, para nos apercebermos desta realidade.


 Não é de modo nenhum difícil encontrar homens que pregam a Cristo por inveja; o sei, há alguns que falam como se os homens que pregam a Cristo por inveja fossem pessoas que hoje não existem mais na Igreja de Deus, mas os seus discursos são desmentidos pela Escritura e pelos fatos de que nós todos somos testemunhas ou de que vimos ao conhecimento através de outros.


 Eu vos quero falar abertamente irmãos; por que alguma vez vos haveria de lisonjear? Certamente também eu poderia lisonjear-vos como fazem muitos, mas decidi renunciar a lisonjear-vos por amor da verdade e da justiça, e também pelo amor que nutro pela irmandade que Deus adquiriu com o seu sangue.


 Nas reuniões de alguns destes que pregam a Cristo não sinceramente acontecem também curas, verdadeiras curas, mediante o nome de Jesus Cristo; mas nem sequer isto deve maravilhar, porque nós sabemos que é pelo poder de Deus e pela fé no nome de Jesus Cristo que o doente é curado da sua enfermidade, e não pela fé no nome de quem lhe prega Cristo ou pelo poder e pela piedade do pregador. 


O apóstolo Pedro, acerca da cura do coxo à porta do templo chamada ‘Formosa’, disse aos Judeus que, atônitos, tinham corrido ao pórtico chamado de Salomão: "Varões israelitas, por que vos admirais deste homem? Ou, por que fitais os olhos em nós, como se por nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos feito andar?.... E pela fé em seu nome (o de Cristo) fez o seu nome fortalecer a este homem que vedes e conheceis; sim, a fé, que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde" (Atos 3:12,16).  


Pedro, um apóstolo que pregava a Cristo sinceramente, atribuiu a cura daquele coxo ao nome de Jesus Cristo e à fé que o coxo tinha tido no nome de Jesus, e não ao seu próprio poder ou à sua própria piedade. 


O fato de alguém que prega a Cristo orar sobre os doentes em nome de Jesus Cristo, ungindo-os com azeite em nome do Senhor, e o fato de os doentes serem curados ou a seguir à imposição das suas mãos ou depois que ele orou por eles, não significa de maneira nenhuma que ele seja necessariamente um homem santo de Deus, humilde e sincero; antes, diversas vezes (nem todas graças a Deus), depois se descobriu que era precisamente o contrário, porque era um homem carregado de más ações, em outras palavras um operador de escândalos. 


Tiago disse que "onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa" (Tg 3:16); portanto não é de admirar se a vida destes homens contenciosos que pregam a Cristo por inveja e oram pelos doentes ainda por inveja, é uma vida desordenada e cheia de obras perversas. Não vos iludais; não há sobre a terra um só homem que prega a Cristo por inveja e por contenda, cuja conduta sirva de exemplo aos fiéis porque o espírito faccioso e a inveja levam quem é por eles animado também na pregação do Evangelho, a agir desonestamente, com fraude; por isso não é de admirar ouvir ou ver estes pregadores operarem escândalos de toda a espécie. 


De tanto em tanto, vimos a ouvir que alguns pregadores mais ou menos famosos operaram grandes escândalos ou disseram coisas para anular a sã doutrina; nós não nos admiramos disto, sabemos que não pode ser doutra forma, porque está escrito claramente que"onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa" (Tg 3:16).


Alguém dirá: ‘Mas então, para saber se alguém prega a Cristo por inveja ou se o prega sinceramente é suficiente verificar a conduta e o modo de falar que este tem, sobretudo em privado?’ Sim, assim mesmo, irmão. Certamente, não se perceberá se alguém prega a Cristo sinceramente pelo número de pessoas que o vão ouvir, ou pelos títulos que possui, ou pelo ver pessoas aceitar Cristo e serem curadas nas suas reuniões. 


Alguns dizem para justificarem a conduta e o modo de falar destes que pregam a Cristo por inveja: "Mas irmão, todos erramos!’ Com certeza, "todos falhamos em muitas coisas" (Tg 3:2); mas o fato é que estes são operadores de escândalos que têm prazer nas suas más ações e nas suas perversas palavras e se gloriam delas, e não querem de modo algum reconhecer os seus erros porque estão cheios de orgulho. 


Escutai o que disse Paulo aos Coríntios: "Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for fornicador, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem sequer comais" (1 Co 5:11). 
Há homens que se dizem irmãos, pregam Cristo, também a muitas pessoas, porém é sabido no âmbito das igrejas que são ou fornicadores (freqüentam as meretrizes, ou vivem no adultério), avarentos (amam o dinheiro), idólatras (levantaram ídolos nos seus corações), maldizentes (têm prazer em dizer mal de tudo e de todos; mesmo das dignidades), beberrões (são dados ao vinho), roubadores (desejam as coisas dos outros e se apropriam delas com a astúcia e a força), e nós com estes não devemos nos associar. 
 Diga-me, Paulo sabia que todos erramos, mas então por que nos disse que com um tal nós não devemos nem sequer comer? Por que é que com tal não devemos cooperar? 



A razão é esta: nós não nos devemos associar com tal homem para não nos corrompermos também nós porque está escrito: "As más companhias corrompem os bons costumes" (1 Co 15:33), e ainda: "O companheiro dos tolos será destruído" (Pv 13:20). 


Digo-vos uma coisa: Hoje se um padre católico romano se apresenta junto dos santos e pede a suas destras de comunhão na evangelização, muitos deles (não digo todos porque hoje certos padres católicos são bem sucedidos a abrir caminho também em certas igrejas dos santos) se recusam a cooperar com um tal homem, mesmo se prega a Cristo, a cura pela fé, e o batismo com o Espírito Santo.


 Por que acontece esta recusa? Porque o padre católico romano embora queira que lhe se chame irmão porque prega que Cristo salva, cura e batiza, ainda vai prostrar-se diante das estátuas, ainda diz o rosário, ainda traz o crucifixo pendurado ao pescoço, ainda se quer manter ligado ao Vaticano e à tradição católica romana. 


 É justo não nos misturarmos com ele porque nos foi mandado para não nos associarmos com aquele que se dizendo irmão, for um idólatra. 


Mas o que acontece, porém quando se apresenta um pregador que tem certo nome e posição no âmbito de uma denominação evangélica, mas ao mesmo tempo é sabido (porque há várias provas e testemunhas que o confirmam) que é um adúltero, um amante do dinheiro, um roubador, um maldizente, um bêbado? 


Devemo-nos associar com este que não tem um crucifixo pendurado ao pescoço e não vai prostrar-se diante da estátua que figura Maria ou Pedro ou Paulo, mas que, contudo entra ainda na lista daqueles enumerados por Paulo com os quais não devemos sequer comer? 


À primeira pergunta respondo dizendo que a maior parte das igrejas lhe abre o local de culto e lhe dá tanta liberdade, até dizer-lhe: ‘Irmão, sente-te como em tua casa!’ À segunda pergunta respondo que não nos devemos associar com este.


 Eu sei, é ‘impopular’ dizer estas coisas; mas, aliás, quando se quer agradar ao Senhor não se pode agradar aos homens; e eu, "se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo" (Gl 1:10).

  
Hoje se não estiverdes atentos, ireis acabar com o passar do tempo, arrastados pelos vãos raciocínios de alguns, por cooperar também com os padres católicos na evangelização, sim, com aqueles que nos chamam ‘irmãos separados’, de quem irmãos não somos, porque eles não são nascidos de Deus. 


 Já não falta muito; aliás, continuando a dizer: ‘Todos erramos’, para justificardes a teimosia e os escândalos de alguns, chegareis ao ponto de dizer que também os padres e as freiras que dizem terem crido, mas não mostram frutos dignos do arrependimento, são dos nossos; mesmo se sabeis que não faltam a uma missa, e que continuam a dizer o rosário e a chamar ‘o papa’, ‘santo padre’, e a aterem-se escrupulosamente à tradição da organização católica romana.


 Irmãos, ninguém vos engane, porque a Palavra de Deus fala de modo claro a respeito daqueles com os quais não nos devemos associar. 


Procurai não cooperar com os operadores de escândalos, mesmo se são famosos e capazes de realizar um discurso acerca do Evangelho diante de uma multidão.


 O fato de, nas reuniões dos que pregam a Cristo por inveja e contenda, almas se arrependerem e crerem no Senhor ou de doentes serem curados, não significa que Deus tenha prazer na inveja e no espírito faccioso de que estão cheios estes pregadores, tanto é verdade que a seu tempo Deus faz-lhes achar o salário da sua conduta.


Irmãos, Deus é justo e não tolera a inveja e a falsidade que há nestes que pregam a Cristo por pretexto. Certo, é verdade que há alguns que pregam a Cristo por inveja e contenda, mas que importa? Cristo é anunciado; regozijemo-nos disto como fazia Paulo. 
As palavras que muitos dirão ao Senhor naquele dia


Jesus, um dia, disse estas palavras: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus" (Mt 7:21). 

O que a Bíblia diz sobre a doação de órgãos



Publicado em: 28/5/2012


Por: Jânio Santos de Oliveira


Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara -



Duque de Caxias - RJ



http://oprofjanioresponde.blogspot.com.br/
 



 O transplante de órgãos e tecidos visa a garantir a dignidade da pessoa humana mitigada pelo surgimento de certas doenças.

 A indisponibilidade do corpo humano e da integridade física da pessoa torna a doação de órgãos e de partes do corpo exceção a regra. 

 A doação de órgãos e de partes do corpo é tema de grande importância em razão do seu alcance social. A União Européia, preocupada com a escassez de órgãos, criou uma série de medidas para seus países membros, visando, inclusive, a conscientizar os cidadãos da importância da doação.  
 A informação é de extrema relevância. 

O Brasil, preocupado com a falta de doadores, tentou por meio da Lei n. 9.434/97 impor a doação presumida – as pessoas que não quisessem ser doadoras deveriam manifestar isso em vida - obtendo como resultado o contrário no BRASIL. Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997. 
 Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências.  


 Doação de órgãos e partes do corpo 147 do esperado: menos doadores em virtude do medo e da falta de informação. Foi necessário alterar o artigo 4º da citada Lei e acabar com a doação presumida, restabelecendo o modelo do consentimento.

  
 No Brasil é expressamente proibido o lucro pela doação seja de sêmen, sangue, óvulo ou órgãos, para justamente evitar que pessoas arrisquem sua vida ganhando dinheiro a custa da fragilidade alheia ou que escondam informações importantes de seu histórico médico com receio de serem recusados. 


 Por outro giro, ao mesmo tempo em que a evolução da ciência médica tornou possível o congelamento de sêmen e óvulo, trouxe questões importantes a serem respondidas a respeito do comportamento ético e moral do ser humano no tocante a manipulação genética.



   Ø Argumentação contrária à doação de sangue. 

      
         Existem determinados grupos religiosos que se baseiam em Levítico 17.14 e Atos 15.28, que proíbem de comer sangue de animais, entendendo que recebê-lo, mesmo que por via endovenosa, equivale a ingeri-lo. 

                                  
         Evangélicos entendem que o homem não deve comer, ou seja, se alimentar, com o sangue dos animais. Por isso, apenas animais que foram abatidos por sufocamento, cujo sangue permanece na carne, não devem ser ingeridos. Os textos em questão não fazem qualquer menção a cirurgias ou transfusões, ainda mais porque tais procedimentos não eram conhecidos nos tempos bíblicos.  
         

Creio que para se salvar uma vida tudo deve ser feito e sem questionamentos desnecessários devido à urgência, tomando-se o devido cuidado, pois alimentação é uma coisa, vida humana é outra bem mais importante; então entre a vida e a morte devemos escolher salvar a vida.  
         

Todo brasileiro que não declarar em sua carteira de identidade que não quer ser doador passa a ser um doador automaticamente sem precisar de autorização de quem quer que seja, segundo a lei 9.434 de 04/02/1997.


 A doação de órgãos é um procedimento médico moderno que não é  especificamente mencionado na Bíblia. Algumas pessoas se opõem   a ele simplesmente porque é "novo" e "diferente", mas esta não é a   base correta para julgar a questão. Deus deu ao homem a capacidade de pensar e inventar (Gn 4:20-22), e nunca condenou o progresso tecnológico em si. 


   ØO que é transplante?


         É um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas...) de uma pessoa doente (RECEPTOR) por outro órgão ou tecido normal de um DOADOR, vivo ou morto. O transplante é um tratamento que pode salvar e/ou melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas. 



   ØQuem pode e quem não pode ser doador?


        A doação pressupõe critérios mínimos de seleção. Idade, o diagnóstico que levou à morte clínica e tipo sangüíneo são itens estudados do provável doador para saber se há receptor compatível. Não existe restrição absoluta à doação de órgãos a não ser para aidéticos e pessoas com doenças infecciosas ativas. Em geral, fumantes não são doadores de pulmão. 
         


As discussões religiosas sobre doação de órgãos humanos para transplante dependem bastante de cada grupo religioso. Daí, poderíamos discutir, sobre o que pensam os cristãos católicos, os cristãos evangélicos, os espíritas, os budistas e outros.


O homem pode usar sua capacidade imaginativa para o mal. Quando o faz, é condenado por Deus (Gn 6:5).  Mas ele também pode usar esta capacidade para o bem, como pode ser claramente visto em muitos modos de transporte que podem ser usados para espalhar o evangelho, sejam barcos ou carros da era do Novo Testamento, quer bicicletas, automóveis e aviões de nosso tempo.



Desde que e Bíblia não fala especificamente da doação de órgãos, precisamos aplicar os princípios que o Senhor ensina para julgar este método moderno de salvar vidas. Doar para o benefício de outros é sempre bom (At 20:35). Arriscar ou mesmo sacrificar a própria vida para salvar outra é visto como o mais elevado ato de amor (Jo 15:13)


A doação de órgãos é um ato de dar que raramente envolve risco para o doador, mas que pode servir para beneficiar grandemente o receptor. Em raros casos, uma pessoa viva pode ser chamada a doar um de um par de órgãos, ou tecido parcial de um órgão sadio para salvar a vida de um parente próximo. Se a doação do próprio braço direito ou o rim direito salvar a vida de seu filho, qual o pai amoroso que se recusaria? A forma da doação que é mais comum é usar o órgão de uma pessoa falecida para salvar ou melhorar a vida de uma pessoa viva. 


Um acidente de carro pode tirar a vida de um homem saudável cujo coração, fígado e outros órgãos podem ser usados para salvar vidas de outros. A decisão, enquanto vivo e saudável, de permitir tal doação é um ato de bondade e amor que beneficia um receptor desconhecido.



 O órgão que já não serve mais para a pessoa morta pode permitir a uma jovem mãe cuidar de seus próprios filhos, ou a uma criancinha chegar à idade adulta.



 Se, no fim de minha vida, meu coração puder bater em outro eito ou meus olhos puderem permitir a outro ver, que essa abençoada pessoa agradeça a Deus que deu ao homem a inteligência para desenvolver novos meios de salvar vidas.
A Bíblia nos diz que o sangue é vida, e que JESUS deu a sua VIDA por nós.



Está escrito em JOÃO-15:13 (ninguém tem maior amor do que este:de dar alguém a sua vida pelos amigos).


Sei que a bíblia não fala sobre órgãos,mas, se houvesse a necessidade de JESUS entregar um dos seus órgãos para nos salvar, acha que ele não entregaria? Saiba o seguinte: é a nossa alma que tem que prestar contas à DEUS. O nosso corpo volta pro pó. Como está escrito: ( AO HOMEM ESTÁ ORDENADO MORRER EM UMA VEZ VINDO DEPOIS DISSO O JUÍZO) Hb 9:27. 


As idéias das Testemunhas de Jeová que tentam associar doação de sangue à proibição bíblica que proíbe beber sangue é pura bobagem. Ninguém bebe o sangue quando recebe uma transfusão. Aparentemente os membros dessa religião podem aceitar transplantes desde que a cirurgia seja sem transfusão.

 Oras, já viu algum órgão sem sangue? O fígado é praticamente uma esponja embebida de sangue. A proibição bíblia foi no sentido de se beber sangue de animais, prática comum entre povos pagãos, por isso não é correto para o cristão comer alguns alimentos em cuja preparação é usado o sangue.


Boa parte de nosso corpo está sendo "doada" o tempo todo, consumida por bactérias outros microorganismos. Nossa pele está sendo comida o tempo todo por milhões de ácaros. Nossos cabelos vão ficando por aí, nossas unhas também, e pele então, nem precisa falar. 


Cada célula de nosso corpo vai sendo substituída ao longo da vida por outra nova e, no fim, acabamos servindo de antepasto para os vermes. Acho que se, antes disso, usarmos nosso corpo para beneficiar alguém, estaríamos agindo conforme o sentido do amor ensinado pelo Senhor.



"Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber." Atos 20:35 



A preocupação com a ressurreição faz com que alguns evitem doar ou receber órgãos. Digamos que eu receba o coração de alguém que morreu e aí vem a ressurreição. 


Com quem fica aquele coração? Bem, o corpo que temos agora não vai entrar no céu, mas será transformado em um corpo novo. De uma forma ou de outra, ele vai desaparecer neste estado atual, seja pela morte e deterioração, seja pela ressurreição. Assim, um amputado ressuscitará com um corpo perfeito e completo.


Alguém que nasceu sem seus membros ressuscitará completo também. De onde vieram aqueles membros que ele não tinha? Aplique a mesma idéia para quem doou seus membros. 


Obviamente, como tudo mais, por não se tratar de algo explicitamente determinado na Palavra de Deus como certo ou errado, o cristão deve ter um exercício de buscar saber qual a vontade do Senhor para sua situação específica e pedir por sabedoria para decidir. 


A Bíblia não é um livro de regras (como foi para o judeu o Antigo Testamento) do tipo faça isso, não faça aquilo. Se fosse, o cristão não precisaria do Espírito Santo e do discernimento que ele dá. Por exemplo, eu nunca vou encontrar na Bíblia a resposta para saber se posso ou não obturar um dente, usar computadores ou viajar de avião.



"E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente."Tiago 1:5



Com a Lei n.º 9.434 de 04/02/97, que trata da DOAÇÃO PRESUMIDA DE ÓRGÃOS, para fins de transplante, somos forçados a declarar em nossas Carteiras de Identidade e Carteira Nacional de Habilitação a nossa decisão quanto o ser ou não doadores de órgãos e tecidos.



   ØPreocupações éticas e religiosas. 


A doação de órgãos e tecidos é vista por grande parte da humanidade como um ato de solidariedade e caridade, até com expectativa de, quem sabe..., uma retribuição com bênçãos no além.


 Decisões importantes incluem nossos princípios e valores, muitos dos quais são mais apreendidos, do que compreendidos. 


 Esses princípios afetam nosso ponto de vista de vida e morte e conceitos fundamentais como significado de fé, relacionamento e honra.


Prepare sua mente com antecipação, se possível, especialmente em termos de textos, conceitos e princípios bíblicos que irão orientar suas decisões. 



Conte mais com a possibilidade de conflitos do que de respostas prontas. Lembre-se, porém, de que, embora alternativas aceitáveis pelas idéias correntes no mundo possam não ser aceitáveis pelo pensamento cristão, a maioria das alternativas cristãs se enquadra nos parâmetros de aceitação do mundo.


O tema analisado parece simples, mas vemos, facilmente, que ele gera desgastante conflito. 


Tanto assim que o Governo, ouvindo o reclamo geral da população quanto a uma interferência em assunto tão melindroso, decidiu acatar a orientação médica concernente à palavra da família do falecido quando este não tenha feito em vida em declaração documental. 



   ØTentativa de análise. 


Se o crente resolver dar atenção às Escrituras Sagradas sobre o que ela fala relativamente ao corpo humano, há de ficar em embaraço, ante a opinião da grande maioria à sua volta, e às suas possíveis convicções próprias. 


 a) Comiseração - Existe a afirmativa: Jesus deu a sua vida para nos salvar, portanto, também, podemos salvar alguém dando nossos órgãos. É verdade, em parte, pois nem de longe é possível comparar a obra vicária de Jesus que consistiu na salvação do homem integral: espírito, corpo e alma.



 Há quem pergunte: e se fosse você ou seu filho o necessitado de um órgão, qual seria a sua atitude? Deixemos claro que esta abordagem não tem necessariamente a resposta para o problema. É uma abordagem envolvendo, também, um prisma religioso. 



 Poderia, ademais, ser feita a seguinte pergunta: você dá sua vida ou a vida do seu filho por Jesus Cristo? Certamente que tudo dependeria do grau de fé e convicção de cada um. 



 b) Espiritualidade - Entendemos, por convicção religiosa, com todo respeito, que órgão não regenerativo não deveria ser doado, pois que, o homem, mesmo morto, tem vínculos enigmáticos. O homem morto não é como cão ou a galinha.  Parece que os antigos sabiam mais sobre isto do que nós dando ordens póstumas na esperança do viver futuro, Gn 50: 24-26. 



 O mundo e suas forças espirituais, sem dúvida, têm trabalhado para fazer do homem um ser desatento espiritualmente quanto ao corpo físico, igualando o corpo humano ao de um animal qualquer, valorizando, somente, o aqui e o agora e, mesmo assim, produzindo, a cada dia, meio de degradação tanto biológica quanto espiritual. 



 O apóstolo Paulo afirma com veemência que o corpo do crente é templo do Espírito Santo, 1 Co 3: 16, constituindo uma oferta de movimento ao Senhor Deus, Êx 29: 24 e Rm 12: 1. 



 c) Aspectos éticos - Que fazer ante o clamor de um moribundo necessitado de um órgão para sua sobrevivência? Disse-me alguém: após a minha morte podem fazer de mim o que quiserem. Concordo. 


O que outros fazem comigo após a morte é uma coisa. Outra sou eu decidir. E o que vale para Deus é sempre o que eu decido hoje, sendo eu uma pessoa de convicções firmadas nas Escrituras Sagradas. 



 Há o chamamento para o texto de João 6: 63: "O Espírito é o que vivifica a carne para nada aproveita". 



Ora, é obvio que Jesus não estava autorizando a comiseração do corpo, visto que ele mesmo zelou muito bem do seu próprio corpo, como não poderia deixar de ser, pois ele era detentor da plenitude do Espírito Santo. 


Temos que atinar para o contexto geral do ensino de Jesus. 



 d) A questão da ressurreição - Deparamos na Bíblia com a doutrina da ressurreição. Ela é fundamental no conjunto do ensino cristão.



 O Senhor Jesus, ressurgiu dentre os mortos e trouxe consigo as marcas eternas que o homem lhe fizera. 

Gostaríamos muito de ter a certeza de que tais marcas, constituem apenas um referencial de lembrança relativamente ao sacrifício de Cristo pela humanidade ou se as marcas expostas pelo Senhor Jesus seriam estigmas irreversíveis produzidas, primeiro no corpo humano do Salvador, oriundas da decisão de entrega. Sei que esta abordagem poderá servir de galhofa para alguns e até poderão achá-la ridícula. Afinal, o futuro a Deus pertence. 



 Prefiro não doar os meus, mas não critico, absolutamente, quem decide a favor. Afinal, decisão é decisão e que Deus tenha misericórdia de nós.

A parábola mais polêmica de Jesus







Por: Jânio Santos de Oliveira





Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara -



 Duque de Caxias - RJ



http://oprofjanioresponde.blogspot.com.br/

 




Nesta oportunidade estaremos meditando na Palavra de Deus no evangelho do Doutor Lucas 16.1-13: 


"Disse Jesus aos discípulos: Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador dos seus bens. 

 Chamou-o e perguntou-lhe: que é isto que ouço dizer de ti? Dá conta da tua administração; pois já não pode mais ser meu administrador. 
 Disse o administrador consigo: Que hei de fazer, já que o meu amo me tira a administração?  


Não tenho forças para cavar; de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer para que, quando for despedido do meu emprego, me recebam em suas casas.

Tendo chamado cada um dos devedores do seu amo, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo? Respondeu ele: Cem cados de azeite. 


Disse então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinqüenta. Depois perguntou a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo.  
Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. E o amo louvou o administrador iníquo, por haver procedido sabiamente; porque os filhos deste mundo são mais sábios para com a sua geração do que os filhos da luz.  


E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas das iniqüidades, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculo eternos.  


Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer a um e amar a outro, ou há de unir-se a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas"  


A expressão: “E dizia também aos seus discípulos”, dá-nos a entender que Jesus não proferiu esta grande lição somente aos apóstolos, mas, sim a outras pessoas as quais o cercavam.


Quem eram elas? Ao que tudo indica, tratava-se dos publicanos, fariseus e escribas, estes últimos, líderes religiosos de sua época (Lc 15.1; 16.14). 


A parábola ora em estudo é de difícil compreensão. Há entre os comentaristas, diversas interpretações. 



 I.                   A INFIDELIDADE É DESCOBERTA 



1.      O mordomo dissipou os bens do seu senhor (Lc 16.1b): A missão do mordomo é, naturalmente, fazer com que a riqueza do seu senhor se multiplique. O da parábola, no entanto, foi acusado perante o seu patrão de “dissipar os seus bens”, ou seja, de gastar fraudulentamente o que lhe fora confiado.



2.      O mau procedimento foi descoberto (Lc 16. 2): Alguém constatou a prática desonesta do mau mordomo e a denunciou ao patrão, que o chamou a sua presença e disse: “Que é isso que ouço de ti?”


A Palavra de Deus diz que “... nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto, que não haja de saber-se” (Mt 10.26). 




 II.                CHAMADO A PRESTAR CONTAS 



O senhor do mordomo ordenou-lhe que prestasse conta de sua mordomia. Neste ponto do estudo, devemos refletir sobre um acerto de contas, previsto na Palavra de Deus. Os ímpios, por permissão de Deus, têm recursos e poderes a seu dispor (Rm 13.1-4). Muitos, no entanto, dissipam os bens de Deus. 


 Maior responsabilidade, porém, recai sobre quem lhe é confiado os dons espirituais, na Igreja, para repartir com os seus servos. A uns, serão dados galardões (Apo 22.12). A outros, porém, reprovação e condenação (1 Co 3.13,15). 


Todos os crentes serão chamados à prestação de conta (2 Co 5.10). Contudo, sobre os líderes, os mordomos ou despenseiros da Obra, recairá maior exigência: “E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá” (Lc 12.48b). 


 III.             O PERFIL DO MORDOMO INFIEL 


 1. Pessoa de confiança do patrão: Até ser descoberto o seu mau proceder, era uma espécie de capataz, de despenseiro ou administrador dos bens do seu senhor; provavelmente, era idoso ou, se jovem, não tinha condições de trabalhar “no pesado”, pois, ao saber que ia ser despedido, disse: “Cavar, não posso”. 



 2. Tinha vergonha de mendigar: Ao pensar na dispensa do emprego, disse: “de mendigar, tenho vergonha”. Aqui, vemos uma faceta interessante do personagem. Ele sentia vergonha de pedir esmolas, mas não tinha o acanhamento de ser desonesto com os bens do seu senhor! Na verdade, era um hipócrita, como os fariseus (Mt 23.27,28)! 


 3.      Era inteligente(Lc 16.4): Após refletir sobre sua crítica situação, não se desesperou; raciocinou rápido e disse: “Eu sei o que hei de fazer...”. Tinha inteligência e prudência.



IV.             A PRUDÊNCIA DO INFIEL 



Este é o ponto central da parábola. Seu protagonista era um homem injusto, infiel, desonesto, mas, ao mesmo tempo inteligente e prudente. Alguém perguntará: “Por que o Senhor Jesus se valeu de um tipo tão negativo, para ensinar aos líderes religiosos, à multidão e aos seus discípulos?” Vejamos o que percebemos nos contrastes da lição, ainda que de maneira limitada. 


1. prudência em ação (Lc 16.5-7):O mordomo infiel não perdeu tempo. Entrou logo em: “Chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? E ele respondeu: Cem medidas de azeite. 


E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e, assentando-te já, escreve cinqüenta” (Lc 16.5,6).
 Não pensemos que era um arranjo qualquer. 


O homem devia o equivalente a 3300 (três mil e trezentos) litros de azeite ao proprietário da terra. O mordomo, que controlava as contas, fez com que ele fraudasse a dívida, e registrasse apenas 50% da obrigação.


Depois, chamou outro devedor e disse: “E tu, quanto deves? E ele respondeu: cem alqueires de trigo?”.


 O mordomo afirmou: “Toma a tua obrigação, e escreve oitenta” (Lc 16.7). Com isso, o devedor pagaria apenas oitenta por cento do débito, correspondente a 36000 (trinta e seis mil) quilos de trigo.


 Imaginemos o quanto aqueles devedores ficaram satisfeitos e agradecidos ao mordomo infiel, ao contemplarem sua dívida diminuída. 


Entretanto, a alegria dos devedores durou pouco. Da parábola, deduz-se que a esperteza do mordomo infiel não foi levada adiante, e nem os devedores tiveram seus débitos reduzidos. Tudo foi descoberto, veio à luz. Imaginemos, diante de Deus, no dia da prestação de contas, no Juízo Final! 



V.                A PRUDÊNCIA LOUVADA 


“E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente...” (Lc 16.8a). Aquele mordomo infiel, ao longo de seus anos de trabalho, soube fazer amigos. 


É uma lição para os servos de Deus. Foi tal a sua atitude, mesmo fraudulenta, que o seu senhor o louvou, “por haver procedido prudentemente”. A Bíblia também louva a prudência. 


Devemos crescer em prudência (Pv 1.5; 9.9); ter prudência é possuir conhecimento do Santo (Pv 9.10); é mais excelente adquirir prudência do que a prata (Pv 16.16); o sábio é chamado prudente (Pv 16.21); o prudente, segundo a vontade de Deus, não procede como o mordomo da parábola, mas vê o mal e foge (Pv 22.3). 


O mordomo infiel foi louvado mas perdeu a posição. É a honra que não vale a pena. Deus nos ajude, e não venhamos a ser elogiados, aplaudidos por alguém, a fim de não perdermos a nossa posição de mordomos do reino de Deus (Ap 2.4,5)! 


VI.             A ANÁLISE DE JESUS 


1.Os filhos do mundo são mais prudentes que os filhos da luz (Lc 16.8b): Tiramos algumas conclusões desta afirmação:


a) Os filhos do mundo ganham muito, em pouco tempo, para a sua própria perdição: A cada dia, vemos o quanto os incrédulos se esforçam para levar outros ao mal, aos vícios, às drogas, à prostituição. 


SE levarmos em conta os adeptos das falsas seitas, como eles trabalham! E nós?



 A Década da Colheita continua “marcando passo”, e indica que a Assembléia de Deus cresce apenas  5 a 6% ao ano,, na quase metade do tempo de lançamento o programa. O Senhor Jesus tem razão. 

Além de os obreiros serem poucos, ainda falta prudência em muitos, para que a obra cresça. 


b) Os filhos do mundo usam todos os meios para ganharem os outros: Nós, os servos de Deus, muitas vezes, não utilizamos os meios eficazes, a fim de ganharmos as almas para o Reino de Deus. 


Há tantos tipos, métodos e meios para a evangelização, e muitas igrejas ficam apenas nas quatro paredes do templo, à espera dos pecadores. Mas Jesus mandou que levássemos a mensagem a toda a criatura (Mc 16.15)).



Paulo disse: “Fiz-me tudo para com todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns” (1 Co 9.22b). Evidentemente, o apóstolo se refere ao uso de meios lícitos na evangelização. 



2.A aparente aprovação de Jesus: Alguém perguntará: “Jesus aprovou a desonestidade?” No texto de Lc 16.9, Ele diz: “Granjeai amigos com as riquezas da injustiça, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos".



3. Que estranho conselho! E a quem foi dado? Acreditamos que Cristo, naquele momento, olhava para os fariseus, os publicanos e os escribas (Lc 15.1,2; 1614), acostumados à utilização das riquezas injustas, resultante de negócios fraudulentos, da extorsão e do roubo. Lembremos o caso de Zaqueu, o qual, após conhecer Jesus, decidiu devolver quatro vezes mais o que roubara (Lc 19.8).



 Dessa maneira, era possível fazer muitos amigos e, nas fases difíceis da vida, obter o apoio deles.



 A lição espiritual, a nosso ver, refere-se ao fato de a alguém, um dia, chegar à eternidade e encontrar com os antigos amigos da “riqueza da injustiça”. 



Jamais interpretaríamos que, através dos negócios escusos, conseguiremos amigos que nos recebam no Céu. Os “tabernáculos eternos” são os céus, para os salvos e o inferno, para os ímpios, os perdidos. 



VII.          JESUS EXALTA A PRÁTICA DA JUSTIÇA



Após ressaltar a prudência do mordomo infiel (sem aprovar sua desonestidade), Jesus aconselha em outra direção:


1.Fiel no mínimo (Lc 16.10a): O Senhor asseverou que o ser fiel nas mínimas coisas pode merecer a confiança de muito mais. Na verdade, se alguém é honesto, deve sê-lo em tudo. Neste particular, não existe meio termo: Ou é ou não é.


2. Injusto no mínimo (Lc 16.10b): De igual modo, Jesus disse que o injusto no mínimo, o é também no muito. Os afamados ladrões começam com pequenos furtos; os grandes criminosos iniciam com pequenos delitos. Na igreja, os crentes infiéis começam pelas pequenas coisas. Um “pecadinho” aqui, outro ali e, por fim, o desvio total. 


3. Não se pode servir a dois senhores (Lc 16.13): Esta sentença de Jesus já se tornou proverbial em todo o mundo: “Não podeis servir a Deus e a Mamon”. O Senhor queria, certamente, dizer que não se pode ser fiel a Deus, e angariar riquezas injustas, ao mesmo tempo.


Vemos que Jesus exalta a prudência, condena a desonestidade e a infidelidade, o que pode ser comprovado em Lc 16.15, quando Ele afirma: “o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”. 


Nosso Senhor nos ensina, com essas palavras, a sermos escrupulosos, fiéis em tudo, e nos previne a não pensarmos que o procedimento, em assuntos pecuniários, de conformidade com o mordomo infiel, seja coisa insignificante. 


Jesus quer que não nos esqueçamos de que o modo como o homem procede em relação ao "muito pouco", dará uma prova de sua índole e que a injustiça "no muito pouco" é grave sintoma do mau estado em que se encontra o coração. 


Sem dúvida, não nos dá a entender, nem por sombra, que a honradez em questões pecuniárias pode tornar justas as nossas almas ou purificá-las dos nossos pecados, porém, ensina-nos, clara e positivamente, que a má fé nas transações é sinal de que o coração não é reto aos olhos de Deus. 


O ensino que o Senhor nos dá há de merecer consideração muito séria nos tempos que correm.

 Parece que existem pessoas que se persuadem da possibilidade de divorciar a religião verdadeira da honradez comum, e que se alguém é ortodoxo na doutrina, pouco importa que na prática use a trapaça ou o engano. 


As palavras de nosso Mestre são, de fato, um protesto solene contra essa perniciosa idéia. Destarte, devemos velar para não cairmos em semelhante erro. 


Defendamos com energia as doutrinas gloriosas da salvação pela graça e da justificação pela fé, porém, longe de nós supor que a verdadeira religião autoriza, de alguma forma, o menosprezo da segunda tábua da Lei.


 Não nos esqueçamos, nem por momentos, de que a verdadeira fé se conhece por seus frutos. Estejamos certos de que quem não é honrado, não possui a graça divina.



Por outro lado. o leitor deve entender que essa parábola não foi dirigida aos escribas e fariseus, mas aos discípulos. Estes ouviram a lição que Jesus dera aos hipócritas, ouviram falar de um homem que malbaratou seu dinheiro e também de outro que havia empregado a má fé.


 Em sua presença, tinha-se descrito com cores vivas o pecado da libertinagem; era coerente que se lhes oferecesse agora um quadro de uma falta menos chocante - a da fraude e engano. 



Finalmente, podemos dizer ao leitor que três são, a nosso ver, as lições contidas nesta parábola: 


• E prudente estarmos preparados para o futuro. 


• É importante fazer bom uso do dinheiro. 


• Temos de ser fiéis, mesmo nas coisas menores.


Os servos de Deus, nos dias em que vivemos, devem ser fiéis e prudentes, para não dissiparem os bens do Senhor. 


Cada um de nós deveríamos  estar tão determinados a assegurar o nosso futuro no Céu como esse administrador esteve em assegurar o seu futuro na Terra.